Tio Dô, ainda lembro…

Junho 10, 2023 0 Por admin

No dia 19 de janeiro de 2020 finalizei com esse parágrafo a singela homenagem que fazia pelo natalício do meu irmão Domingos Almeida, vítima de uma brutalidade no trânsito da cidade que lhe ceifou a vida: “Assim tentando resumir os feitos dos teus anos na terra acabo por admitir a imensidão das tuas ideias e vontades de viver. Partistes cedo irmão, mas nunca tardarão os tempos e espaço para registrar o ciclos da brilhante vida que fizestes. Hoje, podes contemplar os teus do alto morro da Saudade, ao lado dos nossos antepassados, debaixo da mangueira eterna dos fundadores da cidade…”

Ontem, 7/6/23, registramos o quarto ano da sua passagem nestas paragens terrenas e desde lá estou encafifado com lembranças das nossas conversas sobre as expectativas do que pode acontecer com a gente no futuro, de repente ou de forma mais planejada.

Ainda lembro sobre como seus amigos e parentes lhe alcunhavam nos últimos anos na forma reduzida e carinhosa como está no título desta pequena crônica, para em seguida relatar mais uma de suas realizações em prol de um feito singular ou inusitado que só tio Dô podia fazer ou já ter realizado, como ter participado pilotando uma lancha levando a polícia na busca e apreensão de um notório agafanhador de gado na região do paraná de Dona Rosa, no vizinho Juruti; noutra memória vem maravilhas dos causos nas viagens para sul do Brasil e Argentina, com sua companheira Raquel, na boleia dos caminhões modernos que gostavas de dirigir.

Tio Dô, melhor Dominguinho como te chamavam os irmãos, posso dizer que já se tornou hábito meu lhe visitar todas as vezes que retorno a nossa cidade, talvez para tentar ouvir bem de perto o que você ainda não me contou em detalhes, ou uma história engraçada que tenhas esquecido de me falar ou ainda as novidades desse novo mundo que habitas desde aquele fatídico 7 de junho.

Como já percebestes daí de cima, nossa cidade tem passado por mudanças radicais que lembram muito nossas conversas sobre o que era preciso fazer para Oriximiná ser referência na Calha Norte.

Ainda lembro de prometer a você que passaria o resto dos meus dias buscando ser feliz e honrando nossa família, especialmente a memória dos nossos antepassados, como nossos pais continuam fazendo até hoje. Fique em paz meu irmão e até o próximo momento de lembranças póstumas.